A liberdade de expressão passa por desvios escabrosos no mundo moderno. Enquanto em países como a Venezuela se lacram canais de televisão, aqui entre nós a disputa de audiência coloca no ar uma libertinagem que agride a família brasileira. A devassidão está escancarada nas novelas, que são apresentadas em horário nobre e penetram nos lares para espanto de pais, esposas e crianças, em todo o país. E nelas, o que se vê?
Famílias desconstituídas e a banalidade dos encontros fortuitos, as traições como hábito comum dos casais. A fidelidade morreu. A mulher se transformou em objeto. Aqui, em cena de café da manhã, a filha sai do quarto com o namorado e se assenta à mesa, na mais absoluta naturalidade. Ali, na outra cena, amigas planejam outro lance de traição e torpeza.
A rigor, todos os personagens são levianos, ninguém trabalha, e é isso que destoa da realidade brasileira. O Brasil não é isso. Essa não é a verdade do nosso povo e da nossa civilização. Nisso, a novela presta um desserviço à nacionalidade, até porque, sendo bem feita como é, a peça vai correr mundo e mostrar uma imagem deformada da mulher brasileira que, na verdade, é uma trabalhadora voraz, competente, dedicada, que cresce a olhos vistos no campo da produção e, à noite, volta para casa, para conduzir com dignidade o lar, que é seu esteio e seu templo de repouso.
Não se trata, como pode parecer, de rasurar, na sua essência, a liberdade de expressão. Nada disso. É uma questão de cidadania. É uma questão de civilização. É uma questão da televisão brasileira.
Fonte: Rádio Jovem Pan
Nota: "Porquanto, assim como, nos dias anteriores ao dilúvio, comiam, bebiam casavam-se e davam-se em casamento, até ao dia em que Noé entrou na arca. E não o perceberam, até que veio o dilúvio e os levou a todos, assim será, também, a vinda do Filho do homem" (Mt 24:38 e 39).
Fonte: Minuto Profético
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